O mundo está a atravessar momentos difíceis, fruto da crise sanitária causada pela Covid-19 e da Crise Económica e Financeira mundial. A humanidade está sofrendo, os pobres estão cada vez mais pobres e sem nada para comer, até a esperança que amanhã irá despertar lhe foi tirado.
Por Adão Xirimbimbi “AGX” (*)
Angola não está fora deste contexto a crise afectou gravemente o nosso país, tendo destapado as nossas falências desde o ponto de vista social.
A política não é coisa ingénua e que deve ter-se muita moral para falar em nome de um povo. Nestes dias acompanhamos com muita ligeira os que falam em nome do povo angolano, quando nunca derramaram uma gota de suor por este povo, e usam a frase como mero recurso oportunista para agitar a desordem e o caos.
É fundamental cuidarmos da consciência nacional e fomentar nas abordagens públicas o sentimento nacional em detrimento do sentimento partidário. O Partido político não deve ser a solução para os problemas que a sociedade vive, as pessoas que compõem esse determinado Partido sim.
Cuidemos a consciência nacional, os debates dos políticos angolanos em qualquer meio devem cingir-se sobre os velhos vícios que continuam sendo a ameaça perene para o nosso desenvolvimento, como a corrupção, a ineficiência, burocratismo, inseguridade pública, consumo de drogas, o alcoolismo, a falta de cultura e de consciência. São velhos vícios que ainda convivem na nossa sociedade e todos estamos chamados a derrotar esses vícios e construir uma sociedade nova. Para construir uma sociedade nova devemos começar hoje e, não esperar o ano de 2022 como se fosse a vinda do Messias, pois em política não há Messias. É importante cada um começa a aportar desde a sua posição na sociedade a construção de uma nova Angola.
Amar Angola nunca pode significar odiar um determinado partido político. Nunca pode significar esperar as eleições para poder mudar o país.
Nota-se ultimamente as disputas políticas dentro dos partidos políticos, uma clara demostração de imaturidade política e falta de ideologia partidária.
As diferenças políticas devem ser manejadas com profundidade dialéctica, com altura dialéctica para que produza síntese dialéctica. E não como sucede actualmente, quando um militante tem uma diferença de enfoque, de visão ou de ideia com outro companheiro do mesmo partido ou com um grupo, então começam a ver-se como inimigos e a atacar-se, como se o inimigo estivesse no seu seio e fazer reparos genéricos que as vezes raiam na irresponsabilidade e mancham a imagem do mesmo partido político.
Um militante que tem razões para fazer uma denúncia, deve fazer a denúncia de forma pontual, racional e não sair escrevendo para as redes sociais e começar a bombardear a todo mundo do seu partido, esta não é uma atitude responsável de um verdadeiro militante.
Quando há essas atitudes, ai vem o adversário político a observar e começa a fazer o seu trabalho. O adversário político começa a impulsar egos para tratar de dividir o partido.
Quando isso acontece a resposta deve ser sempre a altura, consciente da necessidade de manter-se unidos por encima da diferença. As diferenças, as distintas opiniões devem ser debatidas dentro da organização, mas diante do adversário devem apresentar-se unidos. Isso demostra maturidade política e não como está acontecendo no seio da sociedade política angolana.
É necessário debater ideias sobre a realidade do nosso país e não sobre a realidade das pessoas.
(*) Jurista
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